Caros Amigos

Da nossa passagem pelas Tropas Pára-quedistas, para além das lembranças agradáveis e desagradáveis, que são comuns a qualquer experiência de vida, ficaram sentimentos muito fortes de companheirismo, de amizade, de solidariedade e de orgulho.

Reconhecemos que valeu a pena, que foi uma experiência francamente enriquecedora, tão exigente em esforço e abnegação quanto generosa em emoção. Reconhecemos, convictamente, a influência benéfica na determinação da nossa maturidade e do nosso carácter.

Os principios e valores que nortearam a Instituição e nos quais fomos forjados, correm hoje sérios riscos, numa sociedade sem norte, à beira do inaceitável, onde a indignidade, a desonestidade e a incompetência, são ameaçadoras moléstias em período de forte contágio.

Com toda a humildade, que nos é tão peculiar, mas também com a força da indignação que sempre fomos capazes de assumir, afirmamos que não devemos desvalorizar o inestimável potencial adquirido durante muitos anos, em guerra e em paz, numa vivência inesquecível de amizade e companheirismo. Repetir erros nunca foi um procedimento certo! Ignorar sofrimentos, principios de generosidade e de solidariedade, de dignidade e de honra, não é um procedimento certo!

Assim sendo, entendemos que todas as iniciativas, que não se esgotem no sempre agradável exercício de memórias, devem ser acarinhadas e apoiadas, pois são a prova inequívoca de que estamos no presente sem esquecer ou desrespeitar o passado.

Acreditamos que a criação da AMBV pode ser um "salto" envolvente para todos os Páras, familiares e amigos, que permita garantir uma maior tranquilidade onde ela for mais necessária.

Vila Nova da Barquinha, 21 de Julho de 2012